sexta-feira, 29 de novembro de 2013


Colônia de Férias: "Férias no Quintal"


"Férias no Quintal" pretende estimular a livre iniciativa das crianças, resgatando brincadeiras tradicionais, realizando jogos cooperativos e proporcionando a elas um encontro com amigos e com a natureza.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013


                                                                                        Pintura: Susi Emerich

Santa Ceia
 
Amo a minha liberdade!
Amo a tua liberdade!
Amo ser livre contigo!
Minha liberdade é tão sagrada quanto a tua,
pois o Ser livre é Ser Sagrado,
pois somente livres somos catedrais do verdadeiro Deus.
 
O que dizer da beleza do encontro dos que sabem que jamais se pertencerão?
O que dizer da beleza dos que não se coisificam entre posses?
É beleza rara e farta!
É uma supernova, que ao morrer dá a Luz.
 
Infinito encontrando infinito,
jamais poderia ser algo mundano,
jamais poderia ser algo limitado.
Infinito mais infinito será sempre infinito!
 
Sonho com o tempo onde homens e mulheres,
não se reunirão no meio da noite,
como ladrões arquitetando um grande roubo!
Sonho com a popularização do encontro!
Pois o encontro é a possibilidade de cura do desHumano,
que assombra cada um de nós!
O encontro é a grande celebração!
É a Santa Ceia de cada instante,

onde carne e sangue são postos a

 
mesa mas não são devorados,
onde morte e vida comem e bebem lada a lado.
 
Leonardo Oliveira
13 de novembro de 2013.

 

sábado, 2 de novembro de 2013

O lugar do inspetor de aluno numa educação para a paz

        



      Para localizarmos o inspetor de aluno na escola e entendermos sua função também educativa, precisamos antes pensar no papel da educação escolar como um todo. Pensar o papel da escola pública nos dias atuais é pensar a educação popular em sua essência e seu objetivo maior. Trata-se de uma educação apontada para a transformação da atual sociedade, comprometida com a emancipação social de uma maioria marginalizada.

    Educador engajado com a educação transformadora, Paulo Freire propõe uma Pedagogia da Autonomia na medida em que sua proposta está "fundada na ética, no respeito à dignidade e à própria autonomia do educando" (FREIRE, 2000a, p. 11).
A autonomia deve ser conquistada, construída a partir das decisões, das vivências, da própria liberdade. Ou seja, embora a autonomia seja um atributo humano essencial, na medida em que está vinculada à ideia de dignidade, precisamos reconhecer que ninguém é espontaneamente autônomo. Autonomia é uma conquista que deve ser realizada. Sem autonomia não há cidadãos, estes que são agentes da transformação social. 
      A educação escolar deve proporcionar contextos formativos que sejam adequados para que os educandos possam se fazer autônomos. Isto quer dizer que não basta educar para a autonomia e cidadania, mas em exercício destas condições.
    Estar comprometido como uma educação transformadora é além de tudo estar comprometido com a implantação de uma cultura de paz. Isto significa trabalhar, em todo âmbito educacional, por uma "ecologia social", de paz com o outro; por uma "ecologia ambiental", de paz com a natureza e por uma "ecologia pessoal", de paz consigo mesmo. Numa educação voltada à construção de um mundo melhor, mais humano, os conteúdos disciplinares são alcançados por este conteúdo que é transdisciplinar. Assim, o que parece clichê, “educar para a construção da cidadania, para um mundo de paz", sintetiza a função da educação.
       Ao desenvolver sua proposta de uma educação para paz, pela qual foi premiado pela UNESCO em 2002, Pierre Weil apresenta como um dos pilares desta ação educacional, o valor da “hospitalidade”, no sentido de receber, acolher o diferente. Somos todos diferentes. Nossas histórias, nossas qualidades, nossos defeitos... A escola bem representa este lugar de diferentes que é nossa sociedade. Sendo assim, não se classifica como espaço privilegiado para a construção de uma cultura de paz? Poderia estar o inspetor de alunos de fora desta pedagógica e sublime ação?
      O currículo não se limita à sala de aula. Numa abordagem holística de educação, o conteúdo escolar, em sua essência, é o aluno; é o professor; somos todos nós! Ainda que em etapas diferentes, estamos todos em formação. Não há ninguém pronto. A educação é permanente, pois não há um lugar específico para ser alcançado, há um caminho, que é constante.
“Onde quer que haja mulheres e homens,
há sempre o que fazer,
há sempre o que ensinar,
há sempre o que aprender”.
(Paulo Freire)

       A escola deve ser o lugar do exercício da paz, da prática da ética, própria do ser do ser que é livre, que é autônomo, que é cidadão. O conteúdo “cidadania” não está restrito à sala de aula, aos saberes da sociologia, filosofia e etc. O currículo escolar salta aos livros didáticos. O modo como o aluno é visto, tratado, considerado... é componente curricular. Sendo o inspetor de aluno presença marcante no cotidiano do educando, é ele também seu educador! Neste sentido, seu papel não é o do que fiscaliza, mas orienta, acompanha...
      O lugar do inspetor de aluno é o lugar daquele que ensina. Ensina com seu tom de voz, sua postura corporal, seu olhar expressivo, sua palavra, sua presença. Ensina o que significa ser adulto, ser livre, ser ético. Ensina o diálogo, a justiça, a coerência, a tolerância, o humor, a amizade... Aliás, vale dizer que, ainda que a escola falhasse em todos os seus intentos, mas conseguisse ensinar a amizade, grande seria o seu feito.
     Eis um grande desafio, o encontro educativo com este aluno no cotidiano de nossas escolas estaduais. Cotidiano de alunos jovens cursando o ensino médio e que vêm representando o que temos como fruto de uma educação, dentro e fora da escola, marcada pela ineficiência, quando se trata de formar o homem integral, agente da paz, apto a construir sua história nesta sociedade, de maneira a transformá-la a partir de sua própria transformação. Muitos nasceram de pais não adultos, portanto, ainda incapazes de educar sem maiores prejuízos. Todos, (sem excessão!), vítimas de um ensino escolar enxovalhado pelo professor mal formado e desvalorizado. E, contra isso, não há política educacional, ou “sistema inovador de ensino” que dê jeito.
     A boa pedagogia é a pedagogia do encontro. De um educador autônomo, livre, criativo com um educando protegido de ser abandonado nas listagens estatísticas, mas considerado vivo, portanto dotado de uma presença significante e merecedora de um trabalho humanizado, embasado no afeto que se traduz na competência profissional, no compromisso político e na missão maior de contribuir à formação de seres humanos. E, partindo do sentido etimológico do termo “educar” (do latim “educere”) que é “caminhar junto”, sigamos nosso caminho lado a lado. Professor, aluno, inspetor, diretor, coordenador, porteiro, cozinheiro... afinal,

"Ninguém educa ninguém,
ninguém educa a si mesmo,
os homens se educam entre si,
mediatizados pelo mundo."
(Paulo Freire)



Susi Emerich

(Texto produzido a partir de palestra  
para evento da Coordenadoria Serrana I – SEEDUC - RJ:
“Acolhimento dos Inspetores de alunos”aprovados no concurso 2013)

terça-feira, 15 de outubro de 2013

15 de outubro: o que não dá pra não dizer


     
           Uma data honrosa, mas que hoje me desperta sentimentos nada confortáveis. Não dá para romantizar este fazer, que é profissional e com grande relevância social, encarando-o como um sacerdócio, no sentido mais pobre que esta palavra possa ter, próprio daquele que trabalha sem receber dinheiro em troca. Sem medo de afirmar, no entanto, considero sim o magistério uma missão, no sentido da grandeza de quem promove o encontro do educando com a possibilidade de construção de conhecimento, que é libertador. Aliás, vale dizer que qualquer função profissional, quando carregada de humanidade (agora destacando o sentido mais completo do vocábulo, próprio do que é essencialmente divino) se faz merecedora deste status, missão espiritual.
     Como traduzir o sentimento deste 15 de outubro? Mais difícil: como traduzir o sentimento dos professores do meu estado, o Rio de Janeiro? O cenário é a greve e seus reflexos na sociedade, nas autoridades, nos alunos... e nos colegas que não aderiram. Compondo este último grupo, cá estou eu. Passiva, omissa, por estar trabalhando no período de greve? É meu desejo, com esta reflexão, juntar-me ao tanto de vozes que, talvez neste exato momento, se manifestam legitimamente pelo país à fora. Acredito também em minha luta que é própria de quem aprendeu o poder das palavras, o alcance da reflexão.
     Chegamos ao ponto de ver perdida toda marca essencial do ser professor. O desgaste deste profissional chega a histórias alarmantes. Obviamente, por diferentes questões que passam pelo individual de cada um e que quer dizer pelo coletivo de todos nós. Sim, pois não estamos separados. Então precisamos dar conta de cuidar disso tudo. Sim, pois a transformação não virá do governo. 
    Uma farsa a preocupação com a aprovação do aluno demonstrada tão efetivamente pela atual política educacional de nosso estado neste governo. O que está valendo é a "aprovação pela aprovação" e não a "aprovação pela aprendizagem!" Desse modo, as orientações advindas via portarias extraordinárias, como por exemplo a 419/2013, nos levam, se assim o permitirmos, a um fazer robótico com fins em contribuir para estatísticas e percentuais de aprovados no estado, no país. A nota do aluno, o seu direito de recuperá-la... Sim, isto é fácil, recuperar A NOTA, difícil é recuperar o ensino de qualidade. Deste, suas condições e recursos necessários, não podemos falar. 
     A estatística é a preocupação da atual política educacional, a boa formação não! Como atender ao aluno eficazmente se no calendário escolar da SEEDUC, o número de vezes para reuniões pedagógicas no ano de 2013 é igual a zero!? Se para os COCs bimestrais, não se pode contar com um turno de horas inteiro, precisando a escola desenvolver uma reunião de meio período, não obstante ao tempo que se faz necessário a análise do processo de ensino-aprendizagem no referido bimestre, ao diálogo que é fonte das boas ideias, à avaliação, à disseminação do entusiasmo tão necessário ao fazer educativo! Devo afirmar que o tempo passado em reunião de Conselho de Classe na escola é aferido pelos inspetores que se fazem presentes. A ORDEM é não dispensar o aluno e realizar a reunião após ter dado aula, ou seja, em meio período! Hipocrisia! Referindo-se ao resumido tempo destinado ao COC, é fala de uma AGE (agente de acompanhamento da gestão escolar): "Entrem no site da SEEDUC e registrem uma reclamação". Permitindo-me ironizar, "Mais uma tarefa para o professor!" Como se não bastasse o absurdo de se exigir deste profissional o trabalho não remunerado de dar conta do sistema de "aprovação por dependência" com seus desdobramentos. Ora, precisa alguém, por mais fora do universo escolar que se encontre, de maiores argumentos para entender a necessidade de tempo para a efetivação de um bom processo de avaliação e reflexão de todo um bimestre escolar? O que está valendo é o tempo de horas pelo aluno na escola ou o NÃO tempo de horas pelo professor reunido para reflexão? 
     O imperativo é ajudarmos aos alunos que vivem hoje (no terceiro bimestre) o fracasso escolar, para que saiam da zona de risco de reprovação. Como, se o movimento é contrário ao ensino e aprendizagem? 
     Não dá para não pensar nestas questões no dia de hoje! Nem mesmo exigir clareza nas palavras. Com licença da gíria, "é tenso!"   Cuidemos de nós. Este contexto não pode nos destruir. O desafio é resgatar o caráter sublime do ser professor em meio a este caos.           Buscar uma cultura de paz, a começar por cada um de nós.             Parabéns, professor!

                       Susi Emerich


quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Presente para você, professor!


            Outrubro, mês do professor. Como não celebrar? Ou, como celebrar? De que modo viver a data do dia 15? Alegria, orgulho... ou frustração, esgotamento...? Não será um misto de sentimentos? Desafio de um tempo tão difícil. A atitude da reflexão, certamente, deverá compor qualquer estado de ser deste profissional atualmente tão desvalorizado.
Liberdade. Este é o desejo que gostaria de compartilhar com todos os meus colegas professores. Liberdade para pensar e não ser pensado. Liberdade para criar. Criar seu dia do modo que desejar. Que dia escolhemos ter? Não falo de uma realidade romantizada, em que os problemas são negligenciados ou que se procure o conforto da não existir, optando-se por uma atuação (no sentido teatral) esquivando-se da beleza do ser essencial. Falo da realidade criada a partir do propósito, do pensamento, do desejo, da atuação (no sentido do trabalho). Uma realidade própria do estar presente. Estar presente em si a ponto de saber, conhecer a verdade sobre si mesmo. E, assim, libertar-se do efeito marionete onde nossos atos impensados, nossa vaidade, nossos medos, nossas ansiedades nos manipulam. Um presente precioso, liberdade de ser. Sim, é preciso ser, antes de ser professor.
Trazer pra si a responsabilidade do cuidar-se, não seria uma das formas de abrir este presente? Afinal, quando criamos a expectativa de que a fonte de nosso bem estar fica do lado de fora de nós, ficamos presos, sem a possibilidade do movimento vital da mudança, estagnados, portanto, sem paz.
Ao redor, vemos a crise no sistema educacional. Em nós, o que visualizamos? Estamos ligados, não há separação. Estamos em crise também! E isto significa um começo. Crise é sinal de transformação. Tomemos posse do presente que a vida nos oferece, a liberdade, e cuidemos de nós. Vamos cuidar um dos outros. Juntos, administremos nossas crises.  Podemos trocar experiências, ideias, dúvidas, respostas, mais dúvidas, lágrimas e muitos sorrisos. A cereja deste bolo, A PAZ.
                                                                                  Susi Emerich

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Meu aluno não quer aprender!


 
Dentre tantos desafios enfrentados pelo professor de educação pública nos tempos atuais, o de dar aulas tem merecido maior destaque.  Uma das razões seria o esgotamento deste profissional, dadas às injustiças sofridas por seus governantes. Injustiças estas que se traduzem, por exemplo, nos baixos salários, na ausência de incentivo à formação continuada e a tantos outros motivos. Outra justificativa para as dificuldades do mestre em ensinar é a falta de motivação dos alunos do Ensino Médio que, segundo os professores, não querem aprender!
            Em geral, tendemos a analisar os eventos de nossa realidade sem estabelecer as devidas relações entre os fatos. No caso do desafio do professor em dar aulas para alunos desmotivados, precisamos entender a relação deste fato com o esgotamento do professor e sua também desmotivação. Este aluno que não quer aprender é fruto de uma educação feita de professores não valorizados, de uma educação pública desconsiderada por políticas cruéis e repressoras. Como esperar que alunos integrantes deste cenário fujam a este perfil caótico?

            Educação em crise. É uma tempestade e estamos no mesmo barco! Professores e alunos com razões de sobra para o esgotamento. Até uma síndrome, a de Burnout, já foi estabelecida para o profissional de educação. Contudo, olhando para nosso aluno que não tem em si o desejo de aprender, reconheçamos um prejuízo ainda maior. Afinal, sem o desejo não há cura para nenhum mal. O mal do conformismo, da passividade, da dependência, do  descrédito...

             Nosso aluno se encontra abandonado num modelo de sociedade marcado pelo rápido, pelo pronto, pelo descartável. Nosso aluno se encontra abandonado num modelo político assistencialista que lhe dá sem que ele precise oferecer. Faz-se de “democrático” enquanto sonega-lhe a oportunidade do esforço, do comprometimento, do aprendizado... requisitos à construção da cidadania. Nossos jovens não sabem a diferença entre prazer e lazer. Foi-lhes mostrado o prazer do ouvir, do contemplar, do ler, do descobrir, do criar? Não! Como entenderão que precisam se esforçar, pagar um preço, tentar de novo, persistir?

             A partir do momento que vemos o comportamento desmotivado do aluno dentro desta educação enferma, nos comprometemos. Com que força? Com a mesma que nos possibilitou olhar para esta situação, que nos incomoda, nos traz indignação. Não estamos mortos, podemos ver! E por que não sonhar?

             Somos educadores, agentes contra ideológicos. Difícil tarefa. O começo é o encontro. Precisamos ir ao encontro deste educando e não ir de encontro a ele. O embate nos paralisa. O afeto nos permitirá fluir. Um bom exercício é ouvi-lo. O que ele pensa de nossas aulas? Este diálogo pode ser um passo favorável à possibilidade tão sonhada de vivenciar uma aula de qualidade, com interesse e entusiasmo de nosso aluno por aprender.

Como já mencionado, nosso aluno em geral ainda não conhece o prazer do estudar. Transita muito bem pelos campos do lazer, do brincar. E, honestamente, é também difícil para nós, já amadurecidos, encontrar motivação para aprender algo onde não há sentido e que não ecoe em nossos desejos. Eis o nosso desafio. “Ensinar” o nosso aluno a sonhar.
 
                                                                                                        Susi Emerich
               
 


 

terça-feira, 30 de julho de 2013

Inspiração





Mamãe, o que inspiração?
Inspiração é a semente da arte
Está na poesia
Na canção
Fica na alma
Lá no coração

Tem inspiração no beijo
No abraço
No toque da pele
Na respiração

Manhã de primavera,
Inspiração!
O cheiro da maresia,
Inspiração!
A casa da árvore...
A mulher grávida...
A fruta no tempo...
O Sol...
O vento...
Inspiração!

O bom humor,
As histórias dos livros
E também as sem autor
Inspiração do povo,
Do velho e do novo
Dos homens e mulheres que contam,
Recontam
Recriam o conto
E aumentam um ponto

Inspiração
Muito difícil definir
Está na lágrima
Também quando se sorri
Inspiração é um mistério
Engraçado e sério

A Lua refletida no mar
Os pássaros a cantar
Um hino
O Divino
O som
O dom
Tudo o que você vê
Com seus olhos de criança, meu filho,
É inspiração

                                Susi Emerich





domingo, 14 de julho de 2013

Tereza



Tereza é uma heroína
Uma heroína diferente

Não voa
Não mata
Mas ajuda muita gente

O que faz a Tereza
É defender a natureza

Mania interessante
Muito importante
Conscientizar toda a gente
A preservar o ambiente

No dia dos namorados
Flor não deixa arrancar
De que vale tanta graça
Se logo vai murchar

Lá em Copacabana
Com seu jeito de sereia
Trabalha ensinando
A não sujar a areia

Canudo
Garrafa
Copo descartável
Tudo vai para a caixa
Do resíduo reciclável

Tereza coleciona
Fotos do mundo animal
Também dos rios
Florestas
Lagos do Pantanal

Existe uma ideia
Que não lhe sai do pensamento
Promover na cidade
Um sério reflorestamento

Não poderia haver
Intenção melhor que esta
Plantar árvores na cidade
E fazer uma floresta

O meio ambiente agradece
O trabalho de Tereza
Ela faz o que pode
Pra proteger a natureza

                                         Susi Emerich



Pão e televisão






Pedrinho é um menino muito parado
Fica diante da televisão todo desanimado

Vê televisão e come pão
Só pão
Só pão

Pão doce
Pão salgado
Pão seco
Pão recheado
Pão inteiro
Pão fatiado
Pão redondo
Pão quadrado
Pão dormido
Pão acordado

Pedrinho só come pão e vê televisão
Não perde nenhuma programação

Vê filme
Desenho animado
Novela
Seriado
Futebol
Jornal Nacional
Debate político
Comercial

Mas Pedrinho anda mal
Está ficando doente
Só parado
Engordando
Seu corpo está reclamando

O médico passou receita forte
Legumes
Frutas
e todos os esportes

Pedrinho agora não pode mais comer só pão
Precisa de SOPÃO

Sopão com chuchu
Agrião
Cenoura
Manjericão
Nabo
Quiabo
Couve
Pimentão
Beterraba
Abobrinha
Vagem
Cebolinha

Sopão e esportes
Natação
Futebol
Corrida
Voleibol
Caminhada
Ciclismo
Box
Hipismo
Arremesso
Karatê

Chega de TV

Agora Pedrinho vai bem
É saudável e feliz

Saiu do tédio
Sem tomar remédio

Mostra na balança
Seu peso de criança

                                      Susi Emerich

sexta-feira, 12 de julho de 2013

EU, VOCÊ... TODO MUNDO EM PAZ NA ESCOLA!




            Um desejo. Será uma utopia? Neste tempo tão difícil, neste lugar tão desafiador, querer paz pra mim e pra você... Nós podemos? O quê, ou quem, nos dá este direito?

            Focaremos na escola. Mal conseguimos dar aulas! Não será de mais “inventar moda”, desenvolver  projetos pedagógicos "POR UMA CULTURA DE PAZ", "DIGA NÃO A VIOLÊNCIA"... quando já sabemos ser o sistema educacional em sua escala macro, a nível governamental, o principal responsável pelo fracasso? Não sei quanto a todos, mas eu, você... Você mesmo! Sabemos que podemos, que devemos. Não há melhor opção! A outra é viver sem paz. Não há lucro nesta bandeira. Sim, pois o contrário da paz não é a guerra, mas a estagnação. Então, vamos à luta! Luta e paz do mesmo lado. O lado da indignação, desconforto, questionamento, manifestação... que, aliás, está na moda.

            A educação vai mal. Enquanto escola, precisamos melhorar. Precisamos também individualmente. Há que se permitir o atrito. Permitamo-nos ser impactados pelo sentimento do outro. Ele precisa nos afetar. Precisamos também alcançá-lo, “cutucá-lo”. Precisamos deste afeto que se traduz no sim e no não. Que delimita o meu e o seu espaço. Que dá trabalho, que é difícil. De outro modo, ou seja, na cega obediência, no silêncio inerte, no medo dos ecos da autoridade, só mesmo a estagnação. Neste “confortável” lugar, nada muda, exceto nossa amargura que só faz aumentar.

            Traduzindo para nosso cotidiano, vamos perguntar mais, vamos sugerir mais, vamos fazer mais presença, vamos insistir mais, vamos errar mais, vamos viver mais, vamos viver em paz! Não esquecendo, é claro, que colhemos o que plantamos. Isto, que parece clichê, é a fórmula da vida.

            O que nos dá o direito de evocar a paz e desejá-la é a consciência de que o contrário é a morte. Uma questão de extinto de sobrevivência. Afinal, o que seria a estagnação se não a ausência de vida?

            Faremos deste desejo uma utopia realizável então. Precisamos ao menos mudar os problemas. Precisamos de movimento. Nem tudo sairá como planejamos, sairá melhor ainda! Depende da abrangência de nossa imaginação. É ela quem constrói nossa realidade. É ela quem cria, quem dá vida! Se não imaginamos, não acontece. Imaginemos, então, um cotidiano escolar mais produtivo, mais vivo.

 
Susi Emerich

segunda-feira, 27 de maio de 2013

A CRIANÇA MÁGICA

GRUPO DE ESTUDO

(Estudo dirigido sobre a criança e seu desenvolvimento)

“...recentemente, o mundo da criança vem desmoronando quase tão rápido quanto o nosso. Não será possível que o que há de errado sejam nossas ideias a respeito da criança e da natureza?”             (Joseph Chilton Pearce)

Público alvo:

Estudantes e profissionais da área de educação e saúde da criança; pais e demais interessados em aprender sobre o desenvolvimento infantil.

Quando?

Quinzenalmente, em encontros de 1h e meia.

Quanto?

R$ 20,00 (vinte reais) o encontro

Onde?
CIAH (Centro Integrado de Atendimento Humano) Rua Professor José Leandro, 89 – Centro – Magé -RJ

Coordenação:

Susi Motta Valadão Emerich (Pedagoga especializada em Psicopedagogia clínica e institucional)

Inscrições:

3630-1720 / 8653-1789 / sv.emerich@hotmail.com


  


quinta-feira, 25 de abril de 2013

A tão evocada e equivocada disciplina

  Uma reunião de professores, diretores, coordenadores pedagógicos. Em realidades mais avançadas,   também alunos compõem o grupo. Onde nos reunimos para fazer um balanço do período que se passou na escola, mais especificamente na sala de aula por um bimestre. São desabafos, angústias, indignação, vibração, otimismo... somos nós. Assim damos vida a um sigla bem conhecida no sistema educacional, o COC - nosso Conselho de Classe. 
    Exercitamos o diálogo. Tarefa difícil, reconhecemos. Avaliamos, refletimos... Como se deu o processo de ensino-aprendizagem? Que notas numéricas se configuram a partir deste processo? Quais foram as dificuldades? O que deu certo? O que deu errado? 
    Peço licença para pinçar um tema bastante abordado nos COC a que tenho participado, a indisciplina do aluno. Talvez por sua importância fundamental ao processo de ensino-aprendizagem. Peço licença também para dizer o quanto nos perdemos com blá-blá-blá ou nhem-nhem-nhem sem aprofundarmos esta questão do comportamento do aluno, que mesmo sendo jovem adolescente, se encontra em momento de formação, podendo ser ajudado a encontrar um caminho saudável de conduta na sociedade. Não dá para fugir a este conteúdo, que dada a sua subjetividade não pode ser tratado apenas no quadro de giz. Muitos dos desafios, como as drogas, por exemplo, saltam aos muros da escola demandando ações extra escolares. No entanto, ser educador é acreditar no potencial do encontro e do desejo de contribuir. Nossos jovens precisam ter a possibilidade de estudar com eficácia. Não posso mudar o sistema e seus entraves, mas posso não desistir de tentar. Pode ser mais divertido assim!   
    Tratar da indisciplina em sala de aula é tratar do relacionamento professor-aluno, aluno-aluno. Se falamos em relacionamento, falamos em encontro. Não há ensino e aprendizagem sem encontro. É no "espaço entre" que se dá a construção do conhecimento. Para esta compreensão sugiro a posterior leitura de Vygotsky que revolucionou a ideia de aprendizagem com seu conceito de zona de desenvolvimento proximal dentre outros. Mas cito aqui outro autor, Roberto Crema, que ao falar de encontro nos diz: 

"Ninguém cura ninguém. Ninguém se cura sozinho.
 Nos curamos no encontro, se houver encontro."
(CREMA, 2010)

     Que doença seria a nossa? Ora, existe algo menos saudável do que a impossibilidade de ouvir o outro, de se expressar, de compartilhar o que se tem de experiência, de estar junto para criar, resolver problemas, contribuir, superar-se, crescer, existir, viver, conviver? Não! Eis a nossa doença, a impossibilidade do encontro. Este tem sido minado pelo medo. Medo de fracassar, medo de ter que mudar, medo de ser dominado, medo de ser diferente, medo de estar só, medo de olhar para si mesmo... Este não seria o medo de morrer? Mas queremos viver, por isso não estamos satisfeitos com os desencontros. O contrário de morrer é amar. Não há outro caminho. Agora, citando Paulo Freire: 

"Não basta poder amar, é preciso saber amar.
O fato de  só amar, não basta. Para amar 
como educador você precisa cientificamente
 saber como amar, saber como você pode fazer-se
 mais eficaz e tornar seu amor mais eficaz para
 que ele seja meio de libertação e
 não prática de opressão." (FREIRE,  1982)
      
     Saber amar, um aprendizado que começamos à medida que nos revelamos insatisfeitos e angustiados com a realidade de desencontros a qual temos vivenciado. É o princípio da transformação, que começa em mim, não no outro. Muda quem oferece, não quem espera receber. 
     Saber amar implica em conhecer. O conhecimento nos liberta. Comecemos pelo conceito de disciplina. Este precisa ser atualizado, de acordo com os fundamentos pedagógicos a que nos sustentamos.
     Concordamos em educar para a cidadania. Também em Paulo Freire, só educa para a cidadania quem educa em cidadania. Sim, queremos uma sociedade mais justa, democrática, um mundo melhor. Não somos conservadores. Sonhamos com a transformação. Nosso sonho deve ser também nossa ferramenta. Vivo numa escala próxima e imediata o que quero como forma de vida no planeta.
      Partindo de nossa realidade, de nossos parâmetros, o que significa disciplina?


DISCIPLINA (perspectiva conservadora)
DISCIPLINA        (perspectiva crítica)
Resultado da ação autoritária
Resultado da liderança e autoridade
Centralizada no professor
Centralizada no coletivo
Silêncio absoluto
Organização para o trabalho
Obediência inquestionável
Respeita às regras estabelecidas pelo grupo
Passividade, falta de criatividade
Dinamicidade, criatividade e iniciativa
Punição por castigo
“Punição” por reciprocidade
Harmonia, ausência de conflito
Conflito e busca pelo consenso
Respeito parcial
Respeito mútuo
Rigidez, intolerância
Flexibilidade, diálogo
Exigência imediata
Expectativa para médio-longo prazo
Fruto do medo e condicionamento
Fruto da conscientização e aprendizado
Mantém a imaturidade
Gera responsabilidade
heteronomia
Autonomia
   
   A partir do que acreditamos e com a humildade de nos reavaliarmos, ficamos diante da possibilidade de crescimento. E sempre há esta possibilidade! Os caminhos, não são os mesmos. Cada um no seu tempo, na sua forma, na sua verdade. O que é, para mim, disciplina em sala de aula? Que comportamento espero do meu aluno? Como se classifica os relacionamentos em sala de aula? Há lugar para o humor e a leveza neste encontro? As respostas serão buscadas por cada um individualmente, com a disponibilidade e o compromisso político de estudo e reflexão, enquanto formamos um coletivo.
     Termino evocando mais uma vez o nosso mestre Paulo Freire:

 "Não há  saber mais ou menos, há saberes diferentes."

                                                                      Susi Motta Valadão Emerich









     

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Conversa entre educadores


           Não é novidade o tempo de crise que temos atravessado. E por que não dizer, crise generalizada. O planeta está em crise. O ser humano ainda está perdido de sua essência, de sua real identidade. Às vezes objeto, às vezes pedra! Quem é o homem? Quem sou eu? A propósito, o ser verdadeiramente humano já existe? E, como a educação não foge a nenhum assunto, cá estamos nós, filosofando.
           Triste seria continuar esta conversa sem antes considerarmos nossos motivos para o entusiasmo. Entusiasmo? Sim. Estamos em crise, neste lugar que é portal das grandes transformações. Sem a crise estaríamos, talvez, acompanhados da passividade, conformismo, paralisia! Mas não. Estamos perturbados, agitados, sufocados, desesperados por fazer algo. Queremos mudança. Nosso peito é invadido por um sentimento que nos faz pensar, criar, nos desafia... É o entusiasmo.
           A palavra entusiasmo vem do grego, a partir da junção de três palavras: «en», «theos» e «asm». «Theos» é Deus, «en» é um prefixo que significa dentro e «asm» designa em ação. Portanto, literalmente, entusiasmo significa Deus dentro de nós em ação. Pronto! Está explicado. E se pra você, "Deus" não é caso, corte a primeira e a última letra deste vocábulo que, pra mim, dá no mesmo. "Somos deuses"! É onde toda mudança começa, dentro de cada um de nós. Ali começa a crise e ali começa a paz.
           Como educadores que somos, enfrentamos a crise desde o plano geral do sistema educacional, ao particular de nossas escolas. Precisamos então buscar refúgio num lugar seguro para vivenciarmos cada evento desta etapa: nós mesmos. Eu sou o lugar. Você é o lugar. Seguros em nossas individualidades, mas não isolados. Indivíduos formando um todo. Um todo que se reflete em cada um. Um holograma vivo.
           Enquanto corpo, poderemos dar vazão a nosso entusiasmo de maneira que este sentimento se transmuta em mãos, pernas, braços e abraços! O resultado será percebido em ações transformadoras. Uma a uma, com a humildade de quem se permite rever valores. De quem tem em sua tarefa de educar um compromisso político, que não exclui a devida competência técnica. De quem reconhece no aluno o seu maior desafio, tendo na relação com ele a oportunidade de tornar-se uma pessoa ainda melhor. 
           O encontro professor-aluno nos trás à luz conteúdos interessantes. Por exemplo, não posso falar o que tenho vontade, tenho que me superar, agir com sabedoria. E, não poucas vezes, a sabedoria do silêncio! Não posso usufruir das ferramentas do autoritarismo, preciso aprender a administrar meu poder de liderança, com uma dose de carisma e humor, se possível. Acima de tudo, não posso desistir deste aluno, pois estaria desistindo de mim, enquanto educador. E, tendo esclarecimento, a palavra "aluno" em seu sentido etimológico, "sem luz", já não nos caberia. 
           Precisamos rever nossa visão de educandos, reconstruindo, por consequência, nossa identidade de educadores. Trabalho de cada um, a ser feito juntos, enquanto nos encontramos. Aliás, sem encontro não haverá cura. Precisamos dele para sarar os males da frieza, inércia, rigidez... Mas, isto é assunto  para uma próxima conversa. Até!  

  Susi Motta Valadão Emerich
                                                

sábado, 30 de março de 2013

Dicas de livros infantis: literatura brasileira de qualidade

                             

        Na foto, meus filhos e o tesouro que tenho deixado como herança para eles, o gosto pela leitura! Isto é fruto de investimento, exemplo, incentivo... afinal, a formação do leitor-autor se baseia em oferecer o livro certo, à pessoa certa, na hora certa. Portanto, para não haver erro, aqui vai uma seleção de excelentes livros de autores nacionais como dica na hora de escolher o livro para a garotada. A faixa etária a que se direcionam os título é relativa. Penso que vai do interesse de cada criança, da companhia diante do livro... Sou suspeita, pois me encanto fácil inclusive por livros "indicados" ao pré-escolar! Assim é o mistério, a magia do livro.
        A seleção abaixo é do programa  "Livros Animados" do Canal Futura (,http://www.acordacultura.org.br/livros/),  o qual também recomendo.

Livros
Livros
Maria Teresa
(Roger Mello)
Victor e o Jacaré
(Mariana Massarini)
Pê - O pato diferente
(Regina Rennó)
As minhocas
(Cláudio Martins)
Festa no Céu
(Ângela Lago)
O Rei de quase tudo
(Eliardo França)
Ida e Volta
(Juarez Machado)
Caça Fumaça
(Eva Furnari)
Natureza Maluca
(Edgard Bittencourt)
Cena de Rua
 (Ângela Lago)
Catarina e Josefina
(Eva Furnari)
Com prazer e alegria
(Ana Maria Machado e Claudius)
Noite de Cão
 (Graça Lima)
Fogo no céu
(Mary França)
Macaquinho
(Ronaldo Simões Coelho)
Confusão na Roça
(Sônia Junqueira)
Cururu virou pajé
(Joel Rufino dos Santos)
Mateus
(Nelson cruz)
Planeta Lilás
(Ziraldo)
Asa de Papel
(Marcelo Xavier)
Anjinho
(Eva Furnari)

Astro Lábio
(Gláucia de Souza / Guazzelli)
O almoço
(Mário Vale)
Foge Tatu
(Eliardo e Mary França)
Picote
(Mário Vale)
Plic Plic
(Michele e Liliana Iacocca)
Liga desliga
(Camila Franco / Marcelo Pires / Jarbas Agnelli)
História vira lata
(Sylvia Orthof / Eva Furnari)
Na porta da padaria
(Ivan Zigg / Marcelo Araújo)
O amigo urso
(Meri Weiss e Canini)
Cocô de Passarinho
(Eva Furnari)
Quando os tans tans
(Ivan Zigg)
Pacífico, o gato
(Branca Maria de Paula / Ademir Martins)
É o bicho Futebol Clube
 (Guto Lins)
Um barulho
(Liliana Iacocca)
O livro das adivinhações
(Renata Pallottini)
Mestre Vitalino
(André Neves)
Fabíola
(Ricardo Benevides)
Seca
(André Neves)
O porco
(Bia Hetzel)
Uma barata entrou lá em casa
(Cláudio Martins)
O jacaré e o sapo
(Liliana Iacocca)
O Rato e o gato / Peixe, Peixinho, Peixão / O Canarinho Afinadinho / A patotinha da Lagoa / Busca bolinha tampinha
( Renato Vinicius Canni)
Girafa não serve pra nada
(José Carlos Aragão)
Umbigo indiscreto
(Eva Furnari)
Que perigo
(Mary França)
Ovelha Negra
(Bernardo Aibê) e
Ilustradora
(Mariana Massarani)
Pisca - tudo
(José Clemente Pozenato) e
Ilustrador
(Paulo Ricardo Dantas)